Caricatura de nós mesmas

Sylvia desenha órgãos do sexo masculino.
Desenha-os para descrevê-los às amigas. Ela explica
passo-a-passo cada segundo do sexo louco que ela não
fez ontem a noite.
"Porra! Com o pivete do segundo andar não dá!"

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Virgínia tem que dar.
Hilda e Sylvia esperam, ansiosas, ambas com as mentes
fixadas em Nelson Rodrigues e gêneros.
Virgínia tem que dar. Mas o menino de 20 anos tem medo.
Falta de maturidade ou masculinidade?
Que nada, é falta de ação dela mesma e ela nem sabe.
Afinal, quem é o adulto da história?

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Hilda diz: "Receber mensagem de paquera sem ponto de
exclamação é foda. Falta imperativo nesse amor."

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"Tu pega ele na sexta, eu no sábado e a Virgínia no domingo!
Aí, sentamos na segunda e escrevemos uma crônica!"
(Sylvia)

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(Virgínia está ocupada.)

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"Toma uma atitude mulher! Pega o cara, leva ele pras escadas, envolve
ele com uma perna na cintura, aperta a bunda dele pelo outro lado, cochicha no ouvido ou dá logo um beijo bem escroto, quero ver ele dar pra trás..."
(Hilda)

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Sylvia diz: "O cara que brocha quando a mulher o consome como panela
de pressão, é um amador."

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"Se ele der uma uma de bobão, caio fora!"
(...)