Lisbela

era assim todo dia, ela fechava o portãozinho branco (eu via)
e subia nas ladeiras azuis cheias de pedrinhas,

catou uma pinha, contou-me um segredo - tudo por telepatia (eu sentia)
parou no mercadinho e conversou com o sabiá laranjeira da Dona Marta.

Depois me contou uns segredos do sabiá, querendo saber se,
será, que poderia voar um dia? (eu sabia)

chegando aqui ela se deitava na minha rede, pedia um cafuné
e comia bolinho quente com café, eu amava e amava (eu queria)

e ficavamos assim, juntos feito dois irmãos incestuosos (eu fingia)
a se balançar...

- S

1 comment:

Renata said...

Ah, a doçura das musas..